Olá, pessoal. A discussão que o Firmo iniciou, mesmo com a ressalva de colocar duas coisas com focos incomparáveis, muito me agrada. Obviamente que gosto dos dois títulos. A história dos dois são histórias diferentes. Mas, colocar em questão como o Firmo fez, melevou a pensar em alguns pontos que gostaria de compartilhar. São eles:
A história de SW é uma abordagem da mais antiga forma de estruturação humana em relação a um ideal de vida: a Liberdade. A Liberdade, escrita em letra maiúscula, é uma possibilidade impossível, como escreve Hegel. Para este filósofo, o homem está sempre sendo escravo de alguma coisa. Uma coisa sempre opressora que o priva de realizar seus desejos. A existência da opressão faz surgir o desejo da liberdade. Mas, para se alcançar a liberdade é necessário um levante contra a opressão. E disso há duas saídas: uma é voltar atrás, e se submeter à opressão. A outra, visto que o sistema dominador sempre possui melhor apratos bélicos, metafóricos ou não, é a morte. A morte aparece como a única saída da opressão. O que isso tem a ver com SW? Isso tem a ver com o mito do Herói que sempre busca, em última instância, a liberdade. E a alcança com a morte. Vocês podem se perguntar: mas o luke não morreu!! Mas o herói do SW não é o Luke. o Herói de SW é Anakin Skywalker. Ele sim morre no final quando alcança a liberdade para o mundo.
Podemos ver em outras histórias a mesma conclusão, a morte para a libertação. Cito três famosas: Neo em Matrix, morre e volta para libertar o mundo das máquinas. Harry Potter, morre e volta para livrar o mundo da Magia das Trevas e, mais famoso que estes, Jesus Cristo, que morre e volta para salvar os homens. Nas três histórias citadas, existe uma profecia prévia. A profecia, na qual os três sabiam seu destino, mas com dúvidas causadas pelo fardo que carregavam que impediam de obter o total cumprimento da tarefa. Somente após a morte é que estes heróis transformam o fardo em missão, destino. Se todos se lembram, existia uma profecia em SW, a profecia que um Jedi que livraria a força do lado negro. O único que acreditou nisso foi Qui-gon-Jim. Obi Wan sofre quando Anakin vai para o lado negro, pois acredita que erraram na previsão. Somente no Retorno do Jedi (não deve ter este nome à toa) é que esta profecia se mostra realizada.
O Senhor dos Anéis tem uma produção maravilhosa no cinema, mas os livros também causaram um marco na cultura do nosso século. Este marco, que nos alimentava antes de conhecermos a história, tem como um produto o próprio RPG que jogamos, o D&D. Também nesta história há uma opressão onipotente (Sauron) que ameaça o mundo. Não lembro de nenhuma profecia explícita, mas há um fardo a ser carregado. Talvez como professia, fique o pensamento de Frodo ao dizer a Sam que não matou Gollun por achar que ele possa ter um papel importante ainda no mundo, o que se confirma, pois se nao fosse o Gollun, Frodo não jogaria o anel.
Realmente é difícil poder colocar uma comparação entre estes marcos da nossa cultura. Mas são roupagem de uma estrutura que nos segue a muitos anos, a luta infindável do homem pela liberdade. São estes os pontos que mais me fascinam nestas histórias, além obviamente da trama criada para sustentá-la. Mas o fundo, o que resta em cada história é o que resta em cada ser humano, sua própria luta pela Liberdade.
Abração, moçada!
Bacana Zé...
ResponderExcluirBoa Dindo! Nada como a análise de um psicólogo sobre o assunto!
ResponderExcluirPutz, que viagem Dindo! Você citou até Hegel.
ResponderExcluirO que mais me fascina no SW é o sabre de luz.
No LOTR é a magia de Elrond quando os espectros tentam cruzar o rio.
Dá XP!!!!