Pessoal, jóia?!
Sei que é a vez da história do Vitão, mas posto outro conto do imperador/deus da guerra.
Nesse, reparem que é época contemporânea, em eleasis de 1377CV. Narra como ele conseguiu o aspecto da guerra, tornando-se o deus da guerra.
Porém, ninguém no nosso mundo sabe, pois como divindade ele pode ficar no plano material até o 5º nível, sob sigilo de seu poder divino.
La vai a história, mestrada pelo DM Murilo Mendes.
O ciclo supremo e o deus da guerra.
Forte do Portão do Inverno, dia 19 de Eleasias de 1377CV
Foi em sonho na noite passada em que a Senhora Sábia, a grande deusa Oghma visitou-me e fez-me revelações da Verdade, dizendo:
- Servo Buscador, é tempo de saber de algumas coisas. Havia uma entidade suprema, a Criadora do Universo. Ela sim é a fonte primeira de tudo o que existe, e que há de existir.
- Mas e quanto a Lord Ao, minha Senhora?! – perguntei em espanto, mas não em dúvida.
- Acalme-se, querido servo. Tudo o que for necessário lhe será revelado – disse-me a Grande Sábia usando de um tom tenro e professoral. Falava-lhe da Criadora, esta sim foi a causa de tudo o que há e do próprio Lord Ao.
“Antes dos próprios deuses, ela existia. E criou um ser para que fosse seu companheiro e para destruir tudo o que havia criado; reunindo a energia de tudo o que havia deixado de existir para dar início à nova Criação: um ciclo; o Ciclo Supremo. Sua grande lei, aspecto maior de sua vontade.”
“Além disso, foram criadas, também como forças supremas, mas despersonificadas; o Tempo e o Destino. Mas não é tempo de falar sobre os mesmos agora.”
“Eis que a Criadora e o Destruidor apaixonaram-se e desse amor nasceu o Lord Ao. Ele seria encarregado maior de proteger a Criação, repelindo ameaças que surgissem contra as coisas como estavam, mantendo-A do modo como deveria ser até que o momento da destruição chegasse.”
“Entretanto, durante a última Destruição, Lord Ao rebelou-se contra o Ciclo. Ele amava tanto o que fora criado que foi capaz de argumentar incansável e apaixonadamente contra seus pais, com o objetivo de manter as coisas como estavam pela eternidade. Este comportamento – uma faceta de sua natureza de proteção e mantença – gerou grande ira de seus pais, culminando num conflito.”
“Inflamado pela causa de não ver mais o universo sendo destruído, Lord Ao foi capaz de vencer em combate o Destruidor e a Criadora.”
“Não teve a frieza para destruí-los. Quanto ao Destruidor, isolou-o em um pequeno universo vazio. Entretanto, não conseguiria fazer algo semelhante com sua mãe. Aprisionou-a dentro de uma estrela, que veio a ser o sol do plano material.”
“Após estes feitos, Lord Ao deu início ao universo conhecido.”
“Recentemente, aconteceram fatos que vão mudar os destinos, e alguns deles lhe serão revelados agora. Um poderoso conjurador arcano conseguiu romper a linha da realidade que separa este universo do que continha o Destruidor; e ele voltou para este mundo.”
“Preparando-se para isto, Lord Ao reuniu todos os deuses e várias das mais poderosas e exóticas criaturas de todos os cantos para lutarem ao seu lado.”
“Durante milhares de anos o Destruidor não fez senão aumentar seu poder e sua raiva, forjando milhares de criaturas infundidas em ódio: um exército para a invasão e destruição desta existência.”
“A batalha pelo Ciclo Supremo já começou. E mais. Trouxe conseqüências.”
“Tudo o que lhe disse até agora foi para chegar a esse ponto: o Imperador de Daicoul foi um dos eleitos para lutar ao lado de Lord Ao.”
“Em determinado momento da batalha, enquanto Zigfried lutava, junto a Shar, contra um deus da morte vindo do outro mundo, os três foram atingidos por um ataque do Destruidor. Não fosse o escudo protetor de Lord Ao, todos estariam destruídos.”
“Foi então que o Destruidor fez o inimaginável. Uma magia capaz de destruir a todos os deuses que ali estavam. No entanto, o Protetor respondeu à altura coma conjuração de proteção.”
“O resultado da combinação dessas duas grandes forças não foi a destruição total dos deuses, nem mesmo a sua imunidade perfeita; mas sim um fenômeno curioso. Alguns aspectos de vários deuses foram extraídos e personificaram-se.”
“Durante a grande explosão de energia, todos os que ali estavam foram enviados aos mais variados lugares da roda dos planos aleatoriamente. Exceto as duas divindades supremas.”
“Shar, em sua esperteza, usou a situação a seu favor. Enviou um avatar seu ao encontro de seu efêmero companheiro de batalha e propôs um acordo: se o guerreiro capturasse para ela seu aspecto da escuridão recentemente perdido, ensinar-lhe-ia a absorver um aspecto vago à sua escolha.”
“Assim pactuaram.”
- Mas por que, oh Oghma, ela não foi por si mesma?
“Por dois motivos, querido Buscador: primeiro porque seu pai, Lord Ao, não permitira no momento que os deuses maiores se abstivessem da Batalha, pois precisava deles para conter a grande horda de criaturas. Além disso, Shar nunca perdera seu aspecto, ao contrário; insidiosamente conduziu Zigfried magicamente até o Ódio, aspecto personificado de Bane. Isto para criar uma falsa aparência; usando o imperador como escudo contra eventual retaliação do deus Tirano.”
“Exemplar guerreiro que é; Zigfried destruiu a personificação, que se transformou numa névoa vermelha, capturando-a em um jarro mágico preparado por Shar. Em seguida, o aspecto foi entregue à deusa e, por ela, absorvido.”
“Perguntado sobre qual aspecto desejava, o ambicioso campeão de Daicoul não titubeou ao responder “o aspecto da Guerra”.”
“Assim, foi conduzido ao deserto de Calimsham, por onde vagava um poderoso guerreiro de lança e escudo sempre preparados. Era a Guerra encarnada, buscando povos para serem incitados uns contra os outros.”
“Não obstante as grandes habilidades do lanceiro, o guerreiro de espadas gêmeas foi vitorioso e absorveu para si o aspecto após uma luta sangrenta, usando para o ritual o mesmo vaso que recebeu o aspecto do Ódio.”
- O que aconteceu com Torm, minha Senhora?
“Não é o que aconteceu com Torm que deve causar preocupação, mas sim o que aconteceu com Bane e o que ele fará em seguida.”
“Servo! Já ouviu o necessário. Agora eis a sua missão: você deve se apoderar desse vaso perdido no deserto de Calimsham; o vaso que se encheu de Ódio e de Guerra.”
Ao dizer estas palavras, minha Deusa ordenou que escrevesse esses segredos no meu diário e que não revelasse a outrem se não o estreitamente necessário, conforme meu bom julgamento.
Depois disso, ainda fez outros segredos, mas ordenou que não os escrevesse, nem os revelasse a ninguém.
