Três Torus do Mundo - Epílogo

Uknar está radiante! A festa que se aproxima vai ser a grande chance de encontrar Jastra, a menina por quem é apaixonado e pedi-la em namoro. O feriado do dia 30 de Lei da Chama, conhecido como Encontro dos Escudos é amanhã, mas muita coisa ainda vai acontecer. Além da feira, na qual irá ajudar sua mãe a vender as batatas e milhos que colheram, um grande evento irá acontecer em sua cidade, a cidade de Azura.

Ulknar sempre quis ser um guerreiro. Desde os nove anos queria se alistar no exército do barão Luntes. Sua mãe sempre se assustava muito quando ele tocava neste assunto, principalmente quando dizia que seu amigo Drogmar tinha se alistado e era mais novo que ele. Ele não sabia o porquê, mas sua mãe chagava até a tremer com isso.

Ulknar fazia força para puxar as cordas da barraca, quando um grupo de garotos de sua idade passou. Eles eram seus amigos.

- Ulknar, vamos brincar de lutar! Você vem?

- Não posso... – falou com tristeza na voz.

- Jastra vai também, e você sabe que ela adora te desafiar na espada!

Ao ouvir o nome de sua amada, Uktar arregala os olhos e vira para sua mãe. A mulher, segurando o sorriso, permite que o filho vá se divertir. Ela está muito aliviada desde que o barão Luntes se foi e a pressão para seu filho ir para o exército acabou.

A criança pega sua espada de madeira e corre ao encontro dos colegas.

Quando chegam à colina que usam de ringue, outros garotos lá estão. Entre eles, Jastra.

Depois de muito brincarem, as crianças entram em uma séria discussão.

- Minha mãe sempre me disse que não era para eu entrar para o exército, mas eu sei que vou me tornar um grande guerreiro. – Disse Vanrou, um rapaz franzino e sempre com gripe.

- O exército de Luntes não tá com nada, você não viu como foi dizimado? – disse Larinda.

Jastra levantou-se e virou para a amiga:

- Larinda, meu primo era do exército! Ele tinha 15 anos e já ia subir de cargo! Respeite a memória dele, já que ele morreu naquela batalha.

- Era o meu sonho morrer numa grande luta – Disse Vanrou, sonhador – terminar na ponta de uma espada e não como um velho gagá. Você devia se orgulhar de seu primo.

- Mas ele não morreu no golpe de uma espada. Ele morreu eletrocutado. Um raio veio do céu e acertou nele, bem no meio da batalha.

- Magia... disse sabiamente Beltrane.

- Agora que o Luntes e o homem de preto estão fora, tomara que estes novos Senhores saibam como conduzir nossa formação militar – Disse Ulktar, que estava em silêncio até agora.

- Você não sabe? – Vanrou disse – eles estavam presentes na batalha. São grandes guerreiros. Eu sei o nome de um deles: Uther... eu vou ser como ele, quando meus músculos começarem a crescer!

- Há, há, há, há! Só se usarem magia em você! – Riu Jastra

Todos caíram na risada.

- Pessoal, sério agora, – disse Ulknar – o que vocês sabem sobre o tal evento de hoje à noite.

Sempre afoito, Vanrou disse:

- Vão inaugurar uma grande estátua na praça. Acho que é de um deus de outro continente, mas a homenagem é para algum grande guerreiro. O nome do Deus eu não lembro, mas o guerreiro é o Máximus.

- Tyr. – diz Ulknar.

- Não, é Máximus. Eu sei quem é, eu vi ele. É aquele com uma luva preta e uma capa azul.

- Não imbecil, o nome do deus na estátua é Tyr.

- Esse Máximus vai ser Senhor também? Perguntou Larinda.

- Ele não, ele não mora aqui. Mas eu não sei o nome deles, vamos ficar sabem mais hoje a noite não é, quando forem empossados pelo Conde Prússios.

- Me falaram que um deles é anão. Dos bem feio e feroz. – falou Larinda com uma careta.

- Mas já falaram que ele matou um dragão e ainda quis rasgar o couro dele com os dentes, no meio de um pântano. – concluiu Jastra, lançando seus cabelos para o lado esquerdo, o que fazia o coração de Ulknar bater mais forte.

- De onde você ouve estas histórias? – perguntou ele.

- Meu pai me fala. Tem uma barda na taverna Coice de Unicórnio que conta as histórias deles. Tá todo mundo achando estes caras uns heróis. Por isso a festa vai ser boa.

- Feira, nomeação de senhores com o próprio conde e inauguração de estátua. Este Encontro dos Escudos vai ser uma festa só! – Disse, feliz, Beltrane.

Ulknar se levantou, pegou sua espada e disse:

- Enquanto isso, só me resta treinar. Desafio-te, donzela, para duelar!

Jastra, com os olhos brilhando e com um sorriso desafiador nos lábios se levantou e disse:

- Com prazer! E partiu para o ataque.