A última edição de 2010 foi praticamente sobre cenários, e, portanto, muito indicada para mestres. Tivemos a apresentação de pelo menos três deles: Mega City, Ferelden (Dragon Age) e Klichê. Mas vamos começar do início.
O Editorial, disponível já há um tempo no site da editora, faz questão de rechaçar a ignorante idéia de que exista uma “crise” no RPG nacional. Uma idéia realmente estranha quando temos dúzias de lançamentos e várias linhas comerciais diferentes (de cabeça, 3D&T Alpha, D&D 4e, Dragon Age RPG, Fighting Fantasy, GURPS 4e, Mutantes & Malfeitores, Novo Mundo das Trevas, Tormenta RPG e Rastro de Cthulhu) e uma produção indie nacional emergente com títulos como Busca Final, Mamute, Might Blade e Old Dragon.
As Notícias do Bardo segue com o formato, adequado aos tempos atuais de alta velocidade da informação, de um artigo opinativo seguido por pequenas notas noticiando os principais lançamentos e acontecimentos entre uma edição e outra. Aparentemente para compensar terem esquecido ele na matéria sobre a RPGCon na edição anterior, o Might Blade, RPG indie nacional, ganhou uma nota aqui.
A Encontros Aleatórios foi dominada por perguntas sobre Tormenta, uma tendência também na internerd desde o lançamento de Tormenta RPG. O bom amigo Leonel Domingos continua impagável com sua tirinha Calabouço Tranqüilo, assim como a primeira das Falhas Críticas dessa edição. A segunda não teve lá muita graça.
As resenhas são todas de autoria de Gustavo Brauner, que analisou nessa edição os lançamentos Guerras Táuricas, Manual do Aventureiro Alpha e Livro da Magia. Em seguida temos a excelente tira desta edição de Sir Holland, provando que Furtividade é uma das perícias mais úteis de todos os tempos.
A Toolbox dessa edição tem Leonel Caldela com um acerto crítico ao falar sobre a diferença entre realismo e verossimilhança no RPG. Além de trazer uma frase bastante interessante para quem ainda se estressa em tentar agradar certos tipos: “Não há nada que você possa fazer para agradar alguém determinado a não gostar da história.”
A Mestre da Masmorra fala nessa edição sobre como narrar uma sessão de jogo. Talvez por ser um artigo dividido em duas partes, achei meio confusa a estrutura proposta pelo Gustavo, vou esperar a DS 32 para tentar entender melhor.
Finalmente chegando às matérias da edição, temos a apresentação do Torneio das Sombras, uma das facetas do futuro cenário oficial de 3D&T Alpha: Mega City. Além de descrever a história do Torneio das Sombras, a matéria também traz uma aventura curta para iniciar uma campanha neste mundo. Não sou um especialista em 3D&T Alpha, ao contrário de outros companheiros aqui do blog, mas achei uma boa aventura. Apesar de curta, deixa muitos ganchos para expandir o jogo por horas ou mesmo mais de uma sessão de jogo.
A matéria sobre Dragon Age RPG não tem muito mistério. É uma prévia com partes do Livro do Jogador e do Livro do Mestre da caixa básica. É bastante interessante que, com esse material, fica perfeitamente possível iniciar uma campanha no cenário com qualquer sistema, de 3D&T Alpha a Tormenta RPG ou D&D 4e. A matéria até mesmo traz um mapa de página dupla de Ferelden, tornando a vida muito mais fácil para o mestre que quiser se aventurar um pouco em seu sistema preferido antes de arriscar comprar a caixa básica do cenário.
Por último temos Klichê, uma hilariante cidade de fantasia lotada com o melhor que o gênero tem a oferecer. Arton? Thedas? Toril? Pff. Quem precisa de outro cenário de fantasia quando se tem a cidade de Klichê?
A Gazeta do Reinado dessa edição foi quase que totalmente dedicada a explicar porque diabos os arquimagos de Arton não se envolveram nas Guerras Táuricas, uma informação que ficou faltando no suplemento dedicado ao evento. Mas as notas laterais são muito mais legais, já que trazem uma informação bombástica: Doherimm parece estar (ou esteve) em guerra civil!
A notícia de que um mercador anão preso por vender pistolas e artefatos de pólvora foi deportado para um reino anão diferente, com capital em Thanzar e cuja religião oficial é a de Tenebra, parece apontar para uma guerra civil em curso ou já terminada. O que significa realmente que a parte da profecia de Thwor Ironfist que dizia que “a guerra tomará a tudo e a todos” estava correta.
Na Chefe de Fase dessa edição, temos o Manual de Criação de Monstros, um complemento para Tormenta RPG que permite ao mestre criar rapidamente qualquer monstro para suas campanhas. Publicado anteriormente na internet, este difere do anterior por trazer um talento visto em Guerras Táuricas e uma página extra com um exemplo de criatura, o Grifo.
A Fundo do Baú traz uma resenha da revista americana da White Wolf, Inphobia. Entre os comentários sobre esta excelente publicação, o .20 foi citado pela tradução de um dos artigos da revista, o Interactive Toolkit de Christopher Kubasik. Ponto(20) para nós!
E para acabar com chave de ouro, temos a hilária HQ General Invencível. Apesar de se destacar pelas cenas de comédia, a história fica bastante confusa na cena inicial, que tenta descrever, aparentemente, um longo período de tempo até o “herói” ser preso pelo exército de monstros.
Reforçando o que disse no princípio da resenha, a DragonSlayer 31 é uma edição muito indicada para mestres: traz três cenários, uma aventura, dicas para narrar jogos, plots para Tormenta, regras para criação de monstros. Se ficar uma crítica sobre essa excelente edição é a falta de material para jogadores, como classes de prestígio, itens mágicos, magias ou backgrounds naquele formato que aparecem no Guia do Viajante de Arton, por exemplo.
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